Olhos abertos. Um quarto, metade da parede pintada em verde-claro, outra metade, até o teto, de branco. Pouca mobília, apenas sua cama, um sofá de uma espécie de couro, uma poltrona com o mesmo tecido, ambos em marrom, uma mesinha com cadeira, telefone, uma garrafa d’água. À sua frente, na parede, uma televisão, desligada, e uma porta. Ele ouve movimentação do lado de fora, algumas vozes baixas, barulhos de televisões.
Dor de cabeça. Alexandre não sabe como chegou ali, um quarto de hospital, pois a última coisa que ele se lembra era estar dirigindo seu carro com Lucas, seu amigo, em direção à casa de uma amiga em comum, pois lá rolaria uma festa.
Alexandre e Lucas se conheciam desde pequenos, estudaram juntos, escolheram até a mesma profissão, Publicidade. Na carreira, tomaram rumos diferentes, Alexandre foi para a área de Marketing empresarial e Lucas para criação em agências de publicidade. Suas vidas se encontraram em alguns momentos, mas hoje eram apenas bons amigos.
Sua cabeça latejava. Alexandre tenta se levantar, mas fica um pouco tonto e cai de volta na cama. Olha para os lados, e não vê ninguém. Ele tenta se lembrar do que aconteceu, mas só voltam alguns flashes das horas (ele nem percebe que passou uma semana desacordado) anteriores. Toda vez que ele tenta puxar algo da memória sua cabeça volta a doer. Ele passa a mão em sua testa. Sente a textura dos pontos que foram dados, o que o deixa mais confuso. Teriam eles sofrido um acidente? Como ele não se lembrava? O que teria acontecido com Lucas?
A porta se abre. Um homem, lá pelos seus 45 anos, vestindo um terno elegante, surpreende-se em vê-lo acordado, e chama alguém do lado de fora. Então entra sua irmã, Carla, surpresa e com uma expressão de grande alívio. Ela, chorando, o abraça e diz: “Graças a Deus que você acordou, achei que fosse perder você”. Ele, ainda confuso, pergunta: “O que aconteceu? Como eu vim parar aqui? Cadê o Lucas?”
Então o homem de terno interrompe e pede a sua irmã que os deixe a sós. Ela deixa o quarto e então ele diz que seu nome é Jorge, investigador de polícia, e que ele estava lá para apurar as causas do acidente ocorrido. Alexandre diz não conseguir se lembrar de nada, apenas de flashes, e que não sabia o que havia acontecido.
Jorge explica que Alexandre e Lucas sofreram um acidente com seu carro, porém algumas coisas estavam sendo apuradas por causa da forma como a cena do acidente foi encontrada. Então ele explica que quando Alexandre foi encontrado, ele estava caído sobre o capô do carro, e havia batido sua cabeça no poste onde o carro havia batido. Lucas estava desacordado dentro do carro, e parecia como se Alexandre tivesse sido arremessado para fora, mas as portas do carro estavam trancadas, os vidros intactos, e seu cinto de segurança estava apertado.
Ele diz que é como se Alexandre tivesse atravessado o vidro do carro, como se isso fosse possível. E que ele havia sido designado para esta investigação pois ele era especialista em ufologia e fenômenos sobrenaturais. A ultima coisa que Alexandre se lembrava era de estar no carro conversando com Lucas sobre as idéias de Lucas de uma nova campanha, e então ele se lembra de uma fumaça, e esta era a última coisa que ele conseguia puxar da memória.
O investigador diz que não havia problema, que Alexandre precisava descansar, pois ele havia passado uma semana desacordado e que com o trauma provavelmente sua memória poderia ter sido afetada, mas que eles marcariam para conversar melhor em uma outra oportunidade. Ele se despede e agradece pela atenção de Alexandre, então sua irmã entra novamente no quarto com Lucas.
Lucas fica feliz ao ver o amigo acordado novamente, e Alexandre pergunta como ele está. Ele responde que bem, e que estava preocupado com a demora da recuperação de Alexandre, e que não entendia o que a polícia estava falando dele ter sido arremessado para fora do carro, sem ter soltado o cinto ou quebrado o vidro. Eles começam a conversar e Alexandre, agora se sentindo um pouco mais disposto, consegue sentar na cama. Pede desculpas ao amigo pelo acidente, e diz que se lembra apenas da última conversa dos dois, que não sabe nem como perdeu o controle do carro.
O tempo passa, o médico aparece para examiná-lo, e diz que iria ficar em observação até o dia seguinte, apenas para verificar se não ocorreria nenhum sintoma. Os exames feitos estavam completamente normais, então não havia porque mantê-lo no hospital, uma vez que ele havia acordado.
A noite passa sem maiores problemas, Lucas fica para passar a noite. Eles conversam bastante sobre o acidente, tentando achar uma explicação lógica para o fato. Em vão. A última recordação dos dois é praticamente a mesma. Alexandre ainda tem um flash como se as luzes estivessem ficado borradas na rua, mas era como se ele estivesse no banco do passageiro. Lucas diz que lembra de ter visto uma espécie de névoa dentro do carro, mas que deveria ser alguma coisa que veio da entrada de ar do carro.
Eram duas da manhã quando os dois foram dormir em São Paulo, enquanto que na cidade do Rio de Janeiro a noite estava só começando para a DJ Pretty, a mais nova sensação nas casas noturnas da cidade. Com passagem por São Paulo, Nova Iorque e Los Angeles, mais umas aparições aqui e ali nas casas noturnas da Europa, Pretty (cujo nome verdadeiro é Amanda) escolheu sua terra natal para ser residente, apesar de propostas de grandes empresários de fora do país.
A casa estava cheia. Praticamente todos na pista, ninguém conseguia ficar parado com o set de músicas escolhido por ela. Ainda mais porque sempre que ela tocava em algum lugar, era sucesso garantido. A lotação da casa já havia esgotado, mesmo antes dela entrar, e ainda assim havia uma fila interminável na porta. Eram apenas três finais de semana que ela tocaria naquela casa, depois ela iria para São Paulo, onde ficaria mais um mês.
Iluminação impecável, que ela mesma controlava, numa tarefa quase impossível. Ela conhecia cada batida, cada voz, cada mudança da música, e fazia com que a iluminação acompanhasse. Jamais deixava a cabine, sempre olhando para as pessoas vibrando e dançando freneticamente na pista.
Apesar de estar a todo o tempo controlando a mesa de som, Pretty não deixava de curtir a música, sempre interagindo com o público. Até que, em um certo momento, ela percebe que uma pessoa olha com olhar de espanto para a cabine de som. Não entendendo nada, percebe que aquele rapaz chama os seus amigos e aponta para a cabine de som. Todos fazem uma cara de total espanto, como se algo estivesse estranho na cabine.
Ela olha ao redor, não vê nada. Nesse ponto, já haviam mais pessoas olhando para a cabine sem entender o que estaria acontecendo. Então Pretty percebe algo estranho na mesa de som. A luz que deveria estar iluminando suas costas naquele momento estava iluminando a mesa. Impossível, pois ela estava posicionada em frente à luz. Então, olhando para suas mãos, ela percebe que está translúcida, e que toda a iluminação lazer que passa pela cabine atravessava seu corpo, e aí sim ela entendeu o porquê das pessoas estarem olhando com aquela cara para ela.
De repente, tudo estava normal novamente. As poucas pessoas que perceberam vibraram ainda mais, achando que aquilo havia sido um efeito de iluminação da casa especial para a DJ, e Pretty, ainda sem entender como isso aconteceu, continuou sua noite sem outros incidentes.
E assim começa a saga.
Friday, November 28, 2008
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5 comments:
caracteristicas caracteristicas, queremos as caracteristicas dos personagens!! heheheheh...
ta mandando bem Airborne, cont assim e me deixe viva ate o fim!! rsrsrs
bjinhos
cadê o segundoooooooooooo????
amei.
abração
aauhuahuahua... o Vicenzo ja pede pelo Capitulo 02 e eu acabei de ler o primeiro! Curti.. vc prende ao escrever e torna a leitura gostosa...
e a galera faz coro: "queremos mais!!! tananã, queremos mais!!! tananã, queremos mais!!! tananã, queremos mais!!! tananã, queremos mais!!! tananã, queremos mais!!! tananã"
Adoreiiiii!!! Olha que essa história vira livro, hein.
E concordo com a Babi, quero mais características! Rsrsrssrsrs.
Já ameeeeeeeeei! Eu tenho que ter tipo... um poder "AHN??" supersônico, como vc disse Airborne! :)
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